"Haraquiri". A técnica de suicídio dos samurais. Esta foi a última
palavra soletrada no ano passado pelo jovem adolescente potiguar Gabriel
Cledson da Silva, 15 anos, no quadro
Soletrando, do Caldeirão do Huck, da Rede Globo. O garoto não venceu a competição
porque soletrou a palavra sem o 'h'. Ficou em 4º lugar. Agora terá nova chance.
Gabriel se classificou na final da etapa estadual do programa e embarcou ontem
à tarde no Aeroporto Internacional Augusto Severo para o Rio de Janeiro, onde
grava as semifinais do programa no Projac. O garoto viaja acompanhado da mãe
dele, Maria das Graças da Silva, e da professora de geografia, Glória Bezerra.
Além de livros, leva na bagagem o sonho de vencer a competição, que conta com
um representante de cada estado do país, totalizando 27 participantes.
Gabriel participou pela primeira vez do Soletrando quando tinha 14 anos. Em 2011 ele teve uma nova chance de ganhar o primeiro lugar, R$ 100 mil e uma bolsa de estudos. Em 2011 o programa homenageiou o escritor baiano Jorge Amado. "Na primeira fase, eles disseram com antecedência quais eram as palavras que iriam cair. Agora elas serão sorteadas. Vai ser uma surpresa", conta Gabriel. O rapaz dedicou oito horas por dia para ler copiosamente o dicionário da língua portuguesa. Outra parte do dia ele passava em sala de aula. Estuda na Escola Estadual Padre José Maria Bienzinger, em Jardim Lola, município de São Gonçalo do Amarante.
Para a mãe, Maria das Graças da Silva, que não é alfabetizada, incentivou o único filho a estudar sempre foi seu objetivo, dado o interesse do rapaz na escola pública. A família humilde mora de aluguel em um quarto-e-sala numa vila de casas no bairro de Igapó, Zona Norte da capital. "Ganho R$ 500 por mês trabalhando como ASG num posto de saúde de São Gonçalo. SEU marido, padrasto dele, faz alguns bicos, mas não temos maiores condições. É um orgulho para mim essas conquistas. Dei a ele a educação que eu não tive", disse ela.
Empolgado, o garoto classifica que é "muito legal participar do programa", e que quando voltou a turma inteira da escola ficou empolgada com a participação dele no Caldeirão. "Todos os outros concorrentes têm pessoas para acompanhar nos estudos. Eu não. Estudo sozinho. Minha professora de português ainda é nova e não conheço muito ela. Quem tem me ajudado muito é a professora de geografia".
Gabriel participou pela primeira vez do Soletrando quando tinha 14 anos. Em 2011 ele teve uma nova chance de ganhar o primeiro lugar, R$ 100 mil e uma bolsa de estudos. Em 2011 o programa homenageiou o escritor baiano Jorge Amado. "Na primeira fase, eles disseram com antecedência quais eram as palavras que iriam cair. Agora elas serão sorteadas. Vai ser uma surpresa", conta Gabriel. O rapaz dedicou oito horas por dia para ler copiosamente o dicionário da língua portuguesa. Outra parte do dia ele passava em sala de aula. Estuda na Escola Estadual Padre José Maria Bienzinger, em Jardim Lola, município de São Gonçalo do Amarante.
Para a mãe, Maria das Graças da Silva, que não é alfabetizada, incentivou o único filho a estudar sempre foi seu objetivo, dado o interesse do rapaz na escola pública. A família humilde mora de aluguel em um quarto-e-sala numa vila de casas no bairro de Igapó, Zona Norte da capital. "Ganho R$ 500 por mês trabalhando como ASG num posto de saúde de São Gonçalo. SEU marido, padrasto dele, faz alguns bicos, mas não temos maiores condições. É um orgulho para mim essas conquistas. Dei a ele a educação que eu não tive", disse ela.
Empolgado, o garoto classifica que é "muito legal participar do programa", e que quando voltou a turma inteira da escola ficou empolgada com a participação dele no Caldeirão. "Todos os outros concorrentes têm pessoas para acompanhar nos estudos. Eu não. Estudo sozinho. Minha professora de português ainda é nova e não conheço muito ela. Quem tem me ajudado muito é a professora de geografia".
PROFESSORA DEU ATÉ A ROUPA
PARA RAPAZ IR AO RIO DE
JANEIRO
A professora de geografia de Gabriel, Glória Bezerra, foi convidada por ele e pela mãe, Maria das Graças, para acompanhar o adolescente durante os cinco dias em que participaram das gravações no Soletrando, quadro do Caldeirão do Huck, na Globo. "Ficou triste porque pedi ajuda à prefeitura de São Gonçalo, onde ele estuda, e não me deram nada. A professora dele foi quem comprou até a roupa que ele vai e o dinheiro do lanche. Lá no Rio a Globo é quem paga tudo", disse a mãe de Gabriel, Maria das Graças da Silva.
Apesar da felicidade com a classificação, a mãe conta que encontra muitas dificuldades para dar boa educação a Gabriel. "Ficou muito contente por ele ter se classificado novamente. Ele é muito estudioso e dedicado, mas nossa vida não tem sido fácil. Muitas vezes deixo de comprar carne para juntar dinheiro e poder comprar um livro para meu filho. Mas isso me realiza". Gabriel e a mãe se mudaram há cinco anos do município de Nova Floresta (PB) para tentar uma vida melhor no Rio Grande do Norte. Moraram inicialmente em Ceará-Mirim, e há dois anos vieram para a capital potiguar.
Maria das Graças atualmente trabalha como ASG, mas também é cantora. Deixou de cantar porque o que ganhava à noite, cerca de R$ 30 por apresentação, não dava para cobrir as despesas, pagar as contas, comprar alimentação, livros e dicionários para Gabriel. "Canto músicas do Grafith, forró, outros ritmos. Canto tudo que estiver no repertório. Se houver alguma banda precisando de cantora, estou à disposição", informou ela. Já o filho planeja ser médico especialista em cirurgia geral. Na época em que participou do Soletrando pela primeira vez, tinha o sonho de ganhar um computador para auxiliá-lo nos estudos. Uma advogada soube disso e deu o computador de presente. "Meu próximo sonho é ganhar o Soletrando", diz Gabriel. O novo sonho só depende dele
FONTE: DIÁRIO DE NATAL
PARTICIPANTES DO RIO GRANDE DO NORTE NO SOLETRANDO DE 2011